05A manutenção preventiva é uma das estratégias mais eficazes para evitar surpresas desagradáveis na operação. Ela é vital para aumentar a vida útil dos equipamentos e minimizar paralisações nas atividades da empresa por ser baseada na máxima de que prevenir é melhor que remediar.
No entanto, esse resultado só é obtido quando a manutenção é feita corretamente, o que pode ser um desafio perante todos os detalhes envolvidos. Pensando nisso, trouxemos o guia definitivo da manutenção preventiva para ajudar a manter sua operação sempre produtiva. Boa leitura!
O que é manutenção preventiva?
Manutenção preventiva é uma ação planejada para revisão e controle de equipamentos, máquinas ou sistemas. Ela é feita com uma periodicidade predeterminada e visa minimizar ou até mesmo impedir ocorrência de falhas, maximizando a confiabilidade dos itens revisados.
Ela não possui caráter corretivo, ou seja, sua função não é corrigir erros já identificados. Pelo contrário, ela faz uso de uma abordagem proativa para identificar esses erros ainda em fase inicial, bem como indicar quais são os equipamentos com funcionamento impecável.
As ações coordenadas desse tipo de manutenção incluem inspeções, trocas de peças desgastadas, limpeza, lubrificação, calibração, ajustes, entre outros. Além disso, a manutenção preventiva deve sempre ser baseada em um cronograma predeterminado, de acordo com a vida útil do equipamento revisado e seus componentes.
Qual a importância da manutenção preventiva?
A manutenção preventiva é importante por diversos motivos, sendo a segurança dos usuários, a confiabilidade do equipamento e a produtividade da empresa alguns deles. Ela é uma etapa indispensável para assegurar disponibilidade dos equipamentos de uma organização e, consequentemente, sua produtividade.
Quando feita corretamente, ela evita que ocorram falhas e problemas durante a operação, algo que causaria interrupções e atrasos. Com isso, a empresa também economiza com manutenção corretiva e substituições de peças, fatores que podem ter um alto peso no caixa da empresa.
Sem contar que a manutenção preventiva é uma ferramenta para prolongar a vida útil dos equipamentos, uma vez que eles são mantidos em boas condições de funcionamento. Isso impede que pequenos problemas passem despercebidos até serem grandes o suficiente para comprometer a habilidade do equipamento de funcionar.
Além de tudo, ainda é preciso levar em conta a melhoria geral da eficiência nesses equipamentos, o que pode resultar em uma melhora na produtividade de todas as etapas posteriores. Dessa forma, a manutenção preventiva se mostra como uma ferramenta capaz de otimizar o trabalho dentro da operação, garantindo que equipamentos vitais operem em sua capacidade plena, beneficiando a empresa como um todo.
O que diferencia manutenção preventiva e preditiva?
Antes de mais nada, é preciso explicar que há basicamente 4 tipos de manutenção:
- Manutenção Preventiva: aplicada para evitar a ocorrência de falhas;
- Manutenção Preditiva: aplicada para determinar quando a manutenção é necessária;
- Manutenção Detectiva: aplicada para identificar falhas antes que elas causem problemas;
- Manutenção Corretiva: aplicada para corrigir uma uma falha que já ocorreu.
Disto isto, muitas pessoas confundem os dois primeiros tipos citados que, apesar de similares em alguns pontos, possuem abordagens distintas:
Basicamente, a manutenção preventiva deve ser realizada em intervalos regulares, independentemente das condições dos equipamentos. Já a manutenção preditiva tem como base o monitoramento contínuo das condições reais dos equipamentos, por meio de ferramentas de monitoramento variadas.
Em outras palavras, a principal diferença entre manutenção preventiva e preditiva é que a manutenção preventiva é baseada em um cronograma fixo de atividades de manutenção, enquanto a manutenção preditiva é baseada em dados em tempo real sobre a condição do equipamento.
5 benefícios da manutenção preventiva para sua empresa
A manutenção preventiva pode facilitar (e muito) o dia a dia dentro de uma organização, especialmente para controladores de manutenção e outros funcionários com funções correlatas. Veja alguns dos seus principais benefícios:
1- Identificação de falhas e problemas em fase inicial
O apontamento precoce de possíveis falhas é uma das principais vantagens da manutenção preventiva, pois isso permite corrigi-las antes que elas causem danos maiores. Com isso, a empresa reduz o tempo de inatividade dos equipamentos, atrasos nas entregas, custos com manutenção corretiva e evita ser “pego de surpresa” no meio do expediente.
2- Redução de custos
Outra vantagem está na redução dos custos de reparo. Isso ocorre porque, nos estágios iniciais, as falhas ainda são mais simples de resolver, além de mais baratas. Além disso, com os equipamentos funcionando com toda capacidade, a produção pode ficar mais econômica graças à produtividade mais elevada.
3- Maior vida útil dos equipamentos
Com a manutenção preventiva, os equipamentos são mantidos em boas condições de funcionamento, o que aumenta sua vida útil. Isso significa que os equipamentos precisam ser substituídos com menos frequência, o que reduz os custos de substituição e aumenta a eficiência do processo produtivo.
4- Melhoria da segurança no ambiente de trabalho
Segurança no ambiente de trabalho é um assunto muito importante e que também pode se beneficiar da manutenção preventiva. Isso ocorre pois equipamentos controlados são menos propensos a causar acidentes, o que auxilia na gestão de riscos na manutenção e segurança dos trabalhadores.
5- Aumento na produtividade
A manutenção preventiva mantém o equipamento em boas condições de funcionamento e aumenta o tempo de atividade. Isso significa que você pode manter a produção em um nível mais alto e reduzir as interrupções, melhorando a produtividade e a satisfação do cliente em toda a empresa.
Quando fazer uma manutenção preventiva?
Como dito, a manutenção preventiva é feita com base em um cronograma, tendo intervalos predeterminados. Esses intervalos, por sua vez, devem ser programados levando em conta as especificações do fabricante, que geralmente indicam as atividades de manutenção a serem realizadas e a frequência correta.
No entanto, é importante levar em consideração o quão crítico é um equipamento para o processo produtivo. Quão mais essencial ele for para a produção, mais importante deve ser a frequência da manutenção. De qualquer forma, não é indicado estender o prazo além da orientação do fabricante.
Você pode se perguntar “mas e se não houver indícios de problemas?” A verdade é que, muitas vezes, não é possível identificar falhas apenas com o olhar, pois elas podem ser silenciosas, precisando de uma análise mais profunda para aparecerem. Ou seja, é crucial montar e respeitar o cronograma de manutenção preventiva para que ele seja bem sucedido.
Tipos de Manutenção Preventiva
A manutenção preventiva pode ser dividida em três tipos de acordo com o fator em que ela é baseada, sendo eles: tempo, condição e análise.
1- Manutenção Preventiva baseada em tempo
Esse é o tipo mais simples e também mais comum. Nele, a manutenção é feita em intervalos de tempo predeterminados, sem levar em conta o estado de conservação dos equipamentos. De modo geral, toda manutenção preventiva é baseada em tempo, visto que uma das premissas desse modelo é a existência de um cronograma a ser seguido.
2- Manutenção Preventiva baseada em condição
Em alguns casos, a Manutenção Preventiva pode ser feita levando em conta a condição dos itens. Nesse tipo de manutenção, a manutenção é aplicada quando as análises e monitoramento detectam problemas ou o funcionamento do equipamento está abaixo do esperado.
3- Manutenção Preventiva baseada em análise
É um tipo de Manutenção Preventiva que utiliza técnicas e ferramentas de análise para identificar problemas e prever possíveis falhas nos equipamentos. Nesse tipo de manutenção, as atividades de manutenção são realizadas com base em dados históricos, informações de operação e análises de vibração, termografia, ultrassom e outros métodos.
Como planejar a manutenção preventiva
Desenvolver o plano de manutenção preventiva é uma etapa fundamental para garantir que as atividades de manutenção sejam realizadas de forma eficiente e que os equipamentos estejam sempre em boas condições de operação.
Abaixo estão 6 passos para fazê-lo de forma efetiva:
1- Análise de dados e levantamento de informações
O primeiro passo é fazer um levantamento de todos os equipamentos da empresa, incluindo históricos de manutenção, falhas e tempo de uso. Isso vai ajudar a identificar as falhas mais comuns e os equipamentos que mais apresentam problemas.
Nessa fase, é preciso também identificar os equipamentos críticos para o processo produtivo, ou seja, aqueles que não podem parar em hipótese alguma. Em posse dessa informação, será possível definir as prioridades de manutenção.
2- Definição das atividades de manutenção
Com base nas informações levantadas no primeiro passo, será possível definir quais atividades de manutenção serão realizadas. Alguns exemplos mais comuns são troca de peças, limpeza, lubrificação, entre outros, mas isso vai variar de acordo com a sua operação.
Para que essas informações sejam bem aproveitadas, é importante que elas estejam organizadas, por isso é recomendado criar um checklist de manutenção. Essa ferramenta ficará em poder da equipe de manutenção e servirá para listar as ações de manutenção necessárias e indicar as prioridades.
3- Análise de custos
Nessa fase, é preciso adicionar todos os custos envolvidos necessários para a Manutenção Preventiva, a fim de criar um orçamento condizente com a realidade da organização. É importante considerar todos os custos, como contratação de funcionários, compra de peças, adoção de softwares, materiais e tudo mais que for necessário.
É essencial otimizar o valor gasto com essa manutenção, uma vez que um dos objetivos é a redução de custos, mas também é importante optar por componentes de qualidade e também investir em treinamento para o time. Ou seja, busque o equilíbrio.
4- Definição das equipes e recursos necessários
As atividades de manutenção podem (e devem) ser aplicadas em todos os nichos e setores que envolvem maquinário e equipamento. Logo, é preciso ter uma equipe preparada e habilitada para garantir que o planejamento seja seguido à risca.
Além disso, também é preciso definir os recursos necessários, como ferramentas, softwares, peças e materiais. Lembrando que todos esses valores precisam ser adicionados ao orçamento da manutenção.
5-Estabelecimento do cronograma de manutenção
O próximo passo é estabelecer o cronograma de manutenção, ou seja, a periodicidade com que as atividades serão realizadas. Essa frequência deve ser feita levando em conta a vida útil dos equipamentos, frequência de uso e indicações do fabricante.
Com essa ação será possível indicar, por exemplo, quantas vezes por ano uma máquina precisa de manutenção e quanto isso demandará de recursos para a empresa, tanto financeiros quanto de mão de obra. Logo, é possível ter uma previsão de gastos anuais com manutenção preventiva.
6- Estabeleça indicadores de desempenho
Teoricamente, o seu plano está pronto para ser posto em prática. Porém, é importante deixar claro que ele deve ser atualizado regularmente para garantir que as atividades de manutenção estejam sempre adequadas às necessidades da empresa.
Para isso, é indicado apontar indicadores de desempenho para monitorar o funcionamento do plano e identificar oportunidades de melhora. Portanto, é preciso sempre estar atento ao que está ou não funcionando no plano para garantir que ele esteja sempre funcional.
Como traçar um cronograma de manutenção preventiva?
O cronograma é parte vital de uma manutenção preventiva bem-feita, mas também costuma ser uma das partes que mais gera dúvidas. Para lhe ajudar, veja 4 passos para um cronograma efetivo:
Consulte as especificações do fabricante: as especificações do fabricante dos equipamentos geralmente incluem as atividades de manutenção preventiva recomendadas e as suas respectivas frequências. Utilize essas informações como base para o seu cronograma.
1. Determine a produtividade da mão de obra
O primeiro passo é definir a produtividade da equipe técnica, ou seja, a quantidade de trabalho que eles conseguem executar em determinado período. A partir desse número, é possível estimar quanto tempo cada ação levará e usar essa informação para montar um cronograma mais eficiente.
2- Encontre o melhor momento para as manutenções
Esse é um tópico muito particular para cada empresa e equipamentos a serem revisados. Afinal, qual é o melhor momento para fazer a manutenção? Por exemplo, se for um prédio comercial e a manutenção será aplicada no elevador principal, ela não pode ser feita durante o expediente.
Considere fatores como a frequência de uso dos equipamentos, a sua criticidade, possibilidade de substituição temporária, entre outros, para entender o melhor dia e horário. Em alguns casos, pode ser necessário efetuar as ações durante a noite ou em fins de semana.
3- Indique as prioridades
Assim como no plano de manutenção, é preciso deixar claro quais são os equipamentos prioritários na manutenção. Esses equipamentos podem precisar de mais atenção que os demais, devido a sua importância para a produção. Com isso, sua frequência pode ser menor, de acordo com a necessidade.
4- Recapitule e aloque recursos
Para finalizar, faça uma análise de todos os pontos para identificar possíveis erros, faltas ou chances de melhoria. Além disso, faça um levantamento dos recursos necessários para essa frequência de manutenção para assegurar que eles estejam disponíveis quando necessários.
Quais erros evitar na manutenção preventiva?
É comum que muitos profissionais cometam erros no que diz respeito à manutenção preventiva. No entanto, por mais que sejam falhas simples, elas podem comprometer o resultado final.
Veja quais são os erros mais comuns para poder evitá-los:
- Pular a fase do planejamento e ir direto para a execução, negligenciando a construção de um plano de manutenção preventiva concreto e abrangente;
- Não dar prioridade para os equipamentos críticos, o que pode acabar resultando em uma paralisação da produção;
- Não seguir o plano de manutenção, ignorando que ele foi feito pensando em todas as necessidades da empresa naquele momento, o que pode resultar em uma manutenção ineficiente;
- Adquirir itens e peças de má qualidade em função de economizar. Isso pode comprometer o funcionamento do equipamento e diminuir sua vida útil;
- Contratar uma equipe despreparada para aplicar a manutenção, o que pode significar que ela não seja feita de forma eficaz e segura;
- Ignorar as recomendações do fabricante, sendo que elas são o principal guia para saber como lidar com cada componente da operação;
- Não implementar ações para monitoramento e melhoria do plano de manutenção preventiva, apenas criá-lo na primeira vez e não se preocupar em atualizá-lo.
Como implementar um programa de manutenção preventiva efetivo
Agora que você já sabe como fazer o plano e o cronograma de manutenção, é hora de aprender a implementá-los na prática. Para isso, basta seguir 5 passos simples, mas eficazes:
1- Definição das atividades de manutenção
Para começar, é preciso definir as atividades de manutenção necessárias para garantir o bom funcionamento de cada equipamento a ser revisado. Alguns exemplos de atividades são: troca de peças, lubrificação, ajustes, entre outros.
2- Mapeamento de ativos
Logo em seguida, é hora de mapear os ativos da empresa e identificar informações relevantes para a manutenção. Nessa fase, deve-se obter informações sobre garantia, recomendações do fabricante, manual de usuário, histórico de manutenções e afins.
3- Gerenciamento de recursos
É crucial garantir que os recursos necessários para realizar as atividades sejam disponibilizados, por isso essa etapa não pode ser negligenciada. Além disso, é importante gerenciar as atividades prioritárias, sendo que elas são as que mais necessitam desses recursos.
4- Treinamento da equipe de manutenção
A equipe de manutenção é a força responsável por garantir que as atividades sejam feitas de forma correta, por isso ela deve ser treinada para isso. Em alguns casos, isso também pode incluir a contratação de novos funcionários, o que deve ser definido com base em uma análise da situação.
5- Definir indicadores de desempenho
Os chamados KPI’s, ou indicadores de desempenho, são ferramentas para medir e monitorar a eficácia do programa de manutenção preventiva. Esses indicadores podem incluir o tempo médio entre falhas, o tempo médio de reparo, o tempo de disponibilidade do equipamento e a taxa de falha reduzida.
Lembre-se: é essencial manter o plano de manutenção preventiva em atualização constante para que ele sempre supra as necessidades da empresa, que mudam conforme o tempo passa. Portanto, é crucial permanecer em busca de formas de melhorar continuamente a manutenção de ativos e o ambiente de trabalho como um todo.
Viu como a manutenção preventiva faz uma grande diferença para a empresa? Desde a redução de custos até o aumento da disponibilidade dos equipamentos, é possível obter uma série de vantagens que resultam em uma operação mais produtiva e segura para os envolvidos.
Você sabia que é possível otimizar a manutenção de ativos na sua empresa, poupando tempo e reduzindo erros? Conheça o Manutenção de Ativos!
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